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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

012 - superação se constrói dia a dia - michael.

Filipino quebra tabu de 22 anos e usa tragédia no país como motivação. Aos 17 anos, Michael Christian Martinez é o único representante de sua nação nos Jogos Olímpicos de Sochi. Recebido na Vila dos Atletas, ele foi 1º a treinar no rinque 03/02/2014. Único representante das Filipinas em Sochi, o patinador Michael Christian Martinez foi obrigado a hipotecar sua casa perante a falta de assistência do Governo para poder realizar o sonho de participar dos Jogos Olímpicos de Inverno. "Minha casa está hipotecada. Este investimento é uma loucura", assegura a mãe do atleta filipino, Maria Teresa Martinez.

A família do jovem esportista decidiu hipotecar sua residência depois que o presidente das Filipinas, Benigno Aquino, não atendeu vários pedidos que solicitavam ajuda econômica para poder representar o país na reunião realizada na Rússia. "Acho que inclusive ninguém no gabinete do presidente sabe que há um patinador filipino que está competindo nas Olimpíadas", se lamenta a mãe do atleta em declarações ao portal Rappler.

No sábado passado, Michael se tornou o primeiro atleta de um país do Sudeste Asiático a participar da disciplina de patinação artística durante os Jogos Olímpicos de Inverno e o último a representar seu país após 22 anos de ausência na reunião. Apesar de ser consciente do pouco apoio com o qual conta por parte de seu Governo, o filipino confia em conquistar uma medalha em Sochi.

"Antes não tinha em quem me agarrar, só minha mãe. Agora também eu rezo a Deus cada vez que compito, e funciona realmente bem", assegurou Martinez, que começou a patinar aos 8 anos em uma pista de gelo de um centro comercial de Manila e durante muitas competições teve que viajar sozinho perante a falta de fundos para a viagem de seu treinador.


O jovem, original de Parañaque, um bairro da capital filipina, voltará a atuar na próxima quinta-feira [ontem] no programa curto de patinação artística, onde espera se classificar entre os 24 participantes que passam para a fase seguinte do estilo livre. Além dos obstáculos financeiros, que sempre dificultaram a compra de bons equipamentos e viagem para competições, o atleta teve que enfrentar um problemas de saúde ao ter de lidar com um asma que sofre desde os dois anos.
O primeiro passo, a primeira pirueta e a sensação de entrar para a história de um país. Quando o jovem Michael Christian Martinez entrou na pista do Palácio Iceberg, tornou-se duplamente pioneiro. Além de ser o primeiro filipino da história a representar o país nos Jogos Olímpicos na patinação artística, foi o primeiro atleta a pisar na arena de Sochi para um treino oficial. No domingo, teve que segurar novamente a emoção. Na Vila Olímpica da costa, foi recebido oficialmente, ouviu o hino de seu país e viu a bandeira das Filipinas ser hasteada novamente, após 22 anos, em uma edição das Olimpíadas de Inverno.

“É tudo uma grande experiência totalmente nova. É um momento único e estou muito feliz em estar aqui. Me chamaram a atenção os prédios, as arenas e as cores em Sochi” disse o atleta.

Suas primeiras tentativas foram apenas para se divertir, passar o tempo. Em 2008, após uma viagem para os Estados Unidos, o filipino pôde ver de perto atletas de ponta e decidiu tentar ser um profissional.

A vaga para os Jogos Olímpicos veio em um torneio realizado na Alemanha, no ano passado. Ele terminou a competição na sétima colocação. Para poder competir em alto nível, Michael teve que ficar um tempo longe de seu país. Sua mãe e fiel escudeira, Maria Teresa, é o principal suporte. Além de cuidar de sua carreira, participa do corpo técnico nos treinos na Califórnia, nos Estados Unidos.

A última participação das Filipinas em uma edição de Jogos Olímpicos de Inverno foi em 1992, em Albertville. Na ocasião, Michael Teruel disputou duas provas de esqui alpino, ficando com o 71º lugar no slalom gigante, e 49º no slalom. Martinez não era nem nascido.

“É uma grande responsabilidade representar meu país depois de tanto tempo nos Jogos de Inverno. Sei que estou entrando na história para sempre. Estou orgulhoso e espero deixar todos orgulhosos também”.

Tragédia no país serviu de motivação
A vontade de colocar as Filipinas no programa olímpico de inverno ficou ainda maior no fim do ano passado. Em novembro, o supertufão Hayan, poderoso ciclone tropical, causou destruição nas Filipinas e matou milhares de pessoas. Mesmo estando longe de seu país durante a tragédia, Michael sofreu.

“De longe, eu vi tudo que aconteceu. Cada vez que via as imagens na TV, me dava vontade de chorar. Por outro lado, aumentou minha vontade de dar o meu melhor. Quero competir por eles (filipinos), mostrar o quanto treino e trabalho por eles. Quero representar o espírito dos Filipinos em Sochi”.

"Literalmente, cresci no hospital, porque estava muito doente. Não podia praticar nenhum tipo de esporte, e muito menos exteriores, porque em seguida me dava ataque de asma", conta o patinador.

O frio, quando começou a patinar, fazia com que tivesse que que tomar medicação continuamente para não ter ataques de asma, mas, finalmente, o esporte foi beneficente para sua saúde, destaca Martínez. "Ano após ano, minha saúde vai melhorando, portanto minha mãe me apoia. Ela diz que é melhor consumir o dinheiro em patinar do que no hospital", conclui o olímpico.

A participação de Martinez se transformou em uma das notícias mais lidas das Filipinas, e ele em um dos esportistas mais populares dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, reunião onde não são frequentes os representantes do países tropicais.

No site da organização, atualmente Martinez é o segundo atleta que conta com mais apoio de seguidores com cerca de 2.400 votos, só atrás do esquiador Byambadorj Bold, da Mongólia, um país no qual inaugurou a primeira estação de esqui há pouco mais de três anos.

A épica história de Martinez também é notícia nos meios de comunicação russos que contam a história do filipino para chegar a Sochi, aponta o jornal filipino The Star.

"O que me impressiona mais é como Martinez aprendeu a esquiar em condições tão péssimas. Ele aprendeu a fazer um triplo axel simplesmente vendo na televisão", comentou o treinador do filipino, o russo Victor Kudryavtsev, à Agência de Notícias da Rússia (RIA).

As redes sociais também são uma importante fonte de apoio para Martinez, onde conta com cerca de 20 mil seguidores no Facebook e 1.600 no Twitter, que enviam ânimo e energias diariamente. "Ganhando ou perdendo, já é um ganhador para todos e cada um dos filipinos", diz um de seus admiradores.

Fonte: globoesporte.com  e espn

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